Segundo Pessoa de Castro:
1 - A tendência do falante brasileiro em omitir as consoantes finais das palavras ou transformá-las em vogal, * falá, *dizê * Brasiu, coincide com a estrutura silábica das palavras em banto e em iorubá, que nunca termina em consoante.
2 - Ainda de acordo com a estrutura silábica dessa línguas , onde não existem encontros consonantais, como ocorre em português, também se observa, na linguagem popular brasileira, a tendência de desfazer esse tipo de encontro, seja na mesma sílaba ou em sílabas contíguas, pela intromissão de uma vogal entre elas, que termina por produzir outra sílaba, a exemplo de * saravá para salvar, *fulô para flor.
Fatores determinantes
A grande quantidade de negro e afro-descendente, comprovada pelo senso de 1823, que apontou em 75% de negros e mestiços do total da população brasileira, superior ao números de portugueses ee demais europeus existentes em território brasileiro, é que levou a essa influência linguística africana a estar bem mais presente na nossa cultura linguística.
Há autores e linguistas, que negam a influencia africana nos gerúndios, quando a terminação "ndo" é trocada por "no " alegando que nas diversas línguas europeias este fato é notado e citam o francês. Ora, houve época da colonização em que índios e negros representavam maciçamente a população brasileira em comparação ao pequeno número de europeus que aqui moravam. Existiu também a figura do ladino, escravo doméstico, que fazia a ponte entre casa - grande e senzala, com isso aprendia os rudimentos de português e podiam participar das duas comunidades sócio-linguisticamente diferenciadas.
Diante disto, há considerações que as terminações do gerúndio falado em todo território nacional em sua maioria também é caracteristica dos falantes da língua banto espalhados no Brasil colônia.
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