sexta-feira, 18 de junho de 2010

P.q. o mineiro fala TREM para tudo?

O mineiro não inventa. Não tem culpa se a língua portuguesa tem origem no latim.

Conceitos de linguagem





O conjunto de obras literárias de uma biblioteca, nem tão pouco o acervo das palavras, não constitui a língua. É bem verdade que o oposto ser-nome, como fenômeno representativo deve ser à base de reunião significativa. É o material da veiculação das idéias, ou seja, é o instrumento da comunicação.

A iniciativa do comunicar é decisão, vontade, é o propósito de participação, mas isto não é tudo, é imperioso que se ponha o motor já ligado pela decisão, em funcionamento. Assim a potencial iniciativa faz acionar os valores que perfazem a dimensão da mensagem.

Segundo Walter Vergna, em sua obra Comunicação Nobre, a linguagem nunca resultaria de nome de coisas justapostas, nunca seria uma soma de palavras representativas de idéias ocasionalmente juntas. A língua é um sistema: um conjunto organizado que despotencializa o que se quer dizer para atualizar o que realmente se diz. Pelas palavras que têm individualidade significativa, mas só tem vida quando circulam no corpo da comunicação, o homem se exterioriza ou se desinterioriza na penetração social que lhe define a natureza gregária.

O fazer-se entender realizado pela linguagem como causa instrumental e ministerial ao mesmo tempo, ocorre em dois pontos: o mundo interior do comunicante, compacto na ordem espacial, mas imensurável em densidade vivencial, e o mundo que recebe a comunicação, onde o comunicante, esta como parte vital.

Quando falamos de linguagem podemos dizer que o homem recebe sua herança linguística dos seus ancestrais (língua materna) e a repassa aos seus descendentes chamados família, e estas formam vilas, cidades e o conjunto delas uma comunidade linguística com características próprias e mesmo que este indivíduo se desloque para outra comunidade linguística ele não perde a sua herança, mas agrega a ela outra linguagem. Daí é que dizemos que o “homem é produto do meio”, ou seja, produto do meio linguístico em que vive

A linguagem é uma das ferramentas mais importantes que a humanidade conheceu; primeiro a oral, depois a escrita e hoje há varias formas de nos comunicarmos, porém a que está em pauta é a linguagem oral e a escrita que nos fora passado pelos romanos. Esses povos, falavam o Latim Imperial desde o século I ao IV d.C. Segundo pesquisas na internet, e sua fala era praticada juntando as palavras. Com o aparecimento da grafia esta era praticada da mesma forma que falavam, ou seja, juntando as palavras escritas.

Com o passar do tempo foram transformando a escrita separando as palavras grafadas umas das outras até chegarmos ao que hoje conhecemos.

As mudanças linguísticas ocorrem a todo tempo, pois se tratam línguas vivas e desde o século VIII do galego-português pré- literário até 1500, época do português antigo e culto utilizado pela burguesia portuguesa e o português vulgar falado pelos degredados, trazidos como punição para o Brasil, esses dois extremos do idioma, gerou transformações linguísticas considerável.

A nossa linguagem antes da chegada dos colonizadores era o tupi (hoje considerada língua morta) em razão da utilização dela ser pela maioria, com inúmeros dialetos, e várias etnias que para haver entendimento entre os nativos foi criada a língua com base indígena, que englobava todas as demais etnias, tais como o guarani, maxacali, puri, e outras. O guarani estava mais próximo do tupi enquanto que o maxacali e puri que pertencem a outro tronco linguístico chamado Macro-Jê se distancia e muito do hoje conhecido tupi- guarani.

Posterior ao descobrimento, com a introdução da escravatura, nossa linguagem sofreu nova alteração com a inclusão do falar crioulo com a composição mais forte do bantu e ioruba.

Na condensação da língua tupi, guarani e macro-jê somada ao falar crioulo e o português europeu, resultou o português brasileiro, com vários dialetos e sotaques, dando outra roupagem a nossa língua tornando-a uma linguagem impar.





Língua Portuguesa - origem





Segundo Roberto Melo Mesquita, o surgimento da língua portuguesa está ligado ao processo de formação da Nação Portuguesa no Lácio, atual região central da Itália, onde vivia um povo que falava latim. Posteriormente nessa região foi fundada a cidade de Roma. Esse povo foi se expandindo formando o Império Romano. A cada conquista impunham aos vencidos seus hábitos, suas instituições, os padrões de vida e língua (MESQUITA, 1999, p. 45).

Na zona atlântica da Península Ibérica, a língua românica se desenvolve correspondente à província romana da Lusitânia (atual Portugal e região espanhola da Galícia), a partir do século III a. Com o castelhano e o catalão é uma das três grandes línguas românicas da Península. Tem sua origem no latim, que faz parte, por sua vez, a uma grande família de línguas indo-europeia, representadas hoje em todos os continentes (MESQUITA, 1999, p.49).

Pode-se afirmar que a língua portuguesa é originária do latim vulgar, que os romanos introduziram em Lusitânia, localizada a norte da Península Ibérica , a partir 218 a.C., até o século IX quando surge os primeiros documentos latino português, falava-se o romance estágio intermediário entre o latim vulgar e as modernas línguas como o português, o espanhol e o francês. Essa fase é considerada a pré-história da língua. Do século IX ao XII, chamado de proto-história já se encontravam registros de alguns termos portugueses em escritos por tabeliães e notários em latim bárbaro, mas o português era basicamente a língua falada.

A época da fase histórica da língua divide-se em duas fases: a arcaica (do século XII ao XVI) e a moderna (século XVI até os dias de hoje).





História das transformações da Língua Portuguesa





A linguagem é uma das ferramentas mais importantes que a humanidade conheceu; primeiro a oral, depois a escrita e hoje há varias formas de nos comunicarmos, porém a que está em pauta é a linguagem oral e a escritas que nos fora passado pelos romanos. Esses povos, falavam o Latim Imperial desde o século I ao IV d.C. Segundo pesquisas na internet, e sua fala era praticada juntando as palavras. Com o aparecimento da grafia esta era praticada da mesma forma que falavam, ou seja, juntando as palavras escritas.

Com o passar do tempo foram transformando a escrita separando as palavras grafadas umas das outras até chegarmos ao que hoje conhecemos.

As mudanças linguísticas ocorrem a todo tempo, pois se tratam de línguas vivas e desde o século VIII do galego-português pré- literário até 1500, época do português antigo e culto utilizado pela burguesia portuguesa e o português vulgar falado pelos degredados trazidos como punição para o Brasil. Esses dois extremos do idioma geraram as transformações linguísticas.

Após o descobrimento do Brasil os portugueses depararam com a nossa língua nativa e os mais de 1000 dialetos, e a chamaram língua TUPI, porém no nosso país havia os guaranis, tupis e jês sendo este ultimo considerados pelos tupis (inimigos dos jês) como tapuias que quer dizer bárbaros, língua travada, em razão da diferença linguística existente entre eles, segundo Pe. José de Anchieta. Posteriormente fora descoberto que nossos nativos que foram chamados de índios falavam línguas pertencentes a dois grandes troncos linguísticos o Tupi e o Macro-jê.

Para o entendimentos desses mais de 1000 dialetos, os índios criaram a língua geral com base indígena que servia para o entendimento das diversas linguagens. Com a chegada dos colonizadores, estes tiveram que aprendê-la, para que houvesse entendimento da linguagem e pudessem se comunicar, no corte do pau-brasil (quando se deu o inicio dos ciclos econômicos no Brasil) e na catequização dos nativos.

O governo português não estava disposto a investir recursos financeiros na colonização do Brasil e decidiu de inicio transferir essa tarefa para a iniciativa privada. Em 1534 foi instituído o sistema de capitanias ou donatários que era passado, com a morte do titular, a seus herdeiros, e por meio da guerra justa, escravizar os indígenas considerados inimigos do rei, obrigando-os a trabalhar na extração do pau Brasil e na lavoura, para isto, atraiam os nativos com presentes. Em contra partida o governo português exigia dos donatários: o envio de 30 (trinta) índios escravizados a cada ano para Portugal, o pagamento de 5%(cinco por cento ) do lucro sobre a venda do pau-brasil , 10%(dez por cento) da agricultura e um quinto da extração de minerais,sendo que as despesas corriam por conta dos donatários. Diante disto, como havia necessidade da mão de obra, os donatários, que se deparavam com a hostilidade indígena, contrataram índios para a captura de outros índios com o objetivo de escravizá-los. O que durou até o inicio do ciclo da cana de açúcar. A população indígena, segundo alguns autores, era em torno de 5 (cinco) milhões, porém, com as guerras, doenças, e com a introdução na sociedade de índios civilizados houve uma grande redução dessa população.

No século XVII, pensando os colonos em reduzir os custos com a colonização, foi dado inicio ao trafico de africanos que eram capturados e vendidos no Brasil como escravos.

Diante disto, nova confusão na linguagem e consequentemente na comunicação, pois não se entendiam nem os africanos, pois a captura se dava em diversos pontos da áfrica, com línguas do banto e do ioruba, nem estes com os índios e portugueses.

Os africanos, para delimitar território e para uma comunicação secreta criam a língua geral com base africana.

A partir daí, dessa miscigenação linguística, mesmo com o Decreto de Pombal em 1758 oficializando a língua portuguesa como a oficial na nossa terra, nossa língua foi tomando personalidade própria tomando para si sotaque, palavras e dialetos tipicamente brasileiro, transformando a língua portuguesa européia, numa língua portuguesa brasileira.

De todas as transformações linguísticas que passou o português, do período latino ao clássico, lançando mão de alguns conceitos gramaticais, que aparecerão, serão explicadas sucintamente.

Na transposição do latim para o português (todas as outras línguas românicas), percebemos uma serie de alterações na sonorização e na grafia das palavras.

Ex: semper – sempre; pouper – pobre; populum- povo. São as transformações dos sons da língua- fonológicas- denominadas fonemas. Algumas são antigas já observadas no latim vulgar no período Imperial ou no galego português medieval.

Transformações gramaticais tanto no modo como as palavras se flexionam (morfologia) como nas suas combinações nos períodos, orações e frases (sintaxe) do idioma.

A declinação é uma forma de flexão, quando as palavras sofrem alterações de forma, para expressar sua função sintática.

Ex: Maria fez pão dji queij.

Pão dji queij foi feito por Maria.

Os acréscimos, as supressões e transformações de sons, chamados metaplasmos ocorre com frequência, no dialeto mineiro.

Transformação morfológica a flexão latina difere da portuguesa que podemos tomar como exemplo o gênero que no latim são três masculino, feminino e neutro (animal, mar, café obra ), ao passo que no português são dois, masculino e feminino e os neutros são classificados como masculinos, no caso dos substantivos já que os adjetivos, admitem três formas.

Os pronomes em especial os demonstrativos uma forma de neutro. Ex: este, esse e aquele flexionam para os três gêneros, além do feminino essa, esta e aquela, preservam as formas do antigo neutro isso, isto e aquilo.

PORTUGUÊS______________LATIM_____________MINEIRO(minero)
Que esta______Questa - português arcaico___________questa

Ex: Sei questa cara não é sua, pois tem qui ter cara de minero.



Nas conjugações dos verbos houve alteração, pois se tornou mais analítico. No latim os tempos verbais simples que eram expressos por uma única palavra passaram a locuções com dois verbos nas línguas neolatinas.

Não mais se preservam as formas simples da conjugação passiva. Muitos verbos podem empregar-se na voz ativa quando o sujeito é o agente da idéia verbal – eu amo, ou na voz passiva quando o sujeito é o paciente – eu sou amado- com dois verbos o principal e o auxiliar.





O alfabeto





Na representação ortográfica dos fonemas é a falta de motivação etimológica no alfabeto latino, em que o sistema de grafia moderno como o adotado para o português, francês ou inglês. O “h” se justifica na palavra homem não pelo registro do fonema, mas se justifica pela origem da palavra, por ser derivada de homo substantivo latino.

PORTUGUÊS__________________LATIM________________MINEIRO
HOMEM______________________HOMO_________________HOME

Ex: Esse home tem cara de brabo!



O fonema “s”é sempre representado pela letra S; a letra C tem o mesmo valor do substantivo cabeça, cobertor.

Português___________Latim________Mineiro
Sete de setembro_______-__________Sessetembro *1
Caixa de isopor_________-__________caisopô

Ao final do século XIX inicio do XX, tentaram simplificar o sistema ortográfico português. Com o tempo a proposta era eliminar as consoantes dobradas. Ex bello, o uso de y, ph th,ch(com valor de K) para determinar a origem grega.

Ex: philosofia, theatro e christão. Assim como o emprego de letras não pronunciadas, como SC inicial, reduzindo a c. Ex sciencia.





Das vogais





No latim, um dos traços fonológicos que ressalta,contrastando com o português, é a quantidade de vogais ao lado da sua intensidade. No português, há um acento vocálico de intensidade, pois elas podem ser tônicas ou átonas, ao passe que no latim ó mais importante não é a intensidade e sim a quantidade de vogais.

Exemplo:

Português________Latim_________mineiro
povo____________põpulus_______povu
história__________hisõria________história

No latim vulgar some o traço fonológico da quantidade e a pronuncia tendenciosa era vogal aberta para as breves e fechadas para as longas.

Português________Latim_________mineiro
a,ê,é,i,ô,ó,u________-___________é vira i
______-___________-___________ó vira u
______-___________-___________como ultima vogal das palavras.

Ex : Estava de (di) sapato (tu).



Segundo Lino Resende Resende “As vogais tem transformações bem específicas: o a não se modifica, nem o é ou o, mas o i se transforma em e: recipere> receber; e u se transforma em o: conceptus>conceito.”

As mudanças semânticas no tocante as vogais, no dialeto mineiro elas ocorrem no final das palavras, com exceção do a; é inverso do que ocorre no latim com relação as vogais, pois nas pronuncias no falar mineiro o e se modifica para i, e o o se transforma em u.

Ex: cavalum - cavalo – cavalu

Como se pode observar o vocábulo cavalum no mineirês perde somente o m.

Das consoantes





Consoantes surdas e sonoras

Há consoantes idênticas em tudo, exceto pelo traço da sonorização. Ex:

Português___________Latim_______Mineiro
Surdas p,f, t,s,x, k_____-__________P,t,k
sonoras B,v,d,z,j, g____b,,d,________s

P - bilabial,oclusiva,oral e surda.

b- bilabial,oclusiva,oral e sonora



*1-Esta fala ocorre com mineiros cultos, falam dessa formas, mas escrevem a linguagem culta.



Ocorreu sonorização sobre consoantes intervocálicas, aquela que se encontram entre duas vogais que nestas situações consoantes surdas no latim tornaram-se sonoras no português. Ex:

Latim__________Português - passagem______mineiro
coPu (t)________cabo de p para b___________cabu
AmaTum_______amaDo de t para d_________amadu
roSa- pron. s____roSa pron. Z de s para z_____rosa

No português surgiram novas consoantes inexistentes no latim, tais como “v, z, lh, nh, x e j ”.

A consoante Z é consequência da sonorização do S entre duas vogais.

Latim________________________________Português
Haesitare(letra s com pronuncia s)_________Hesitar(pronuncia z)

Já a consoante V se deu basicamente por duas vias. Quando funciona como semivogal (na sílaba associa-se a uma vogal e não a uma consoante), o fonema U evoluiu para V.

Latim_____________Português____________mineiro
uinu ( m)_____Antes vino(hoje vinho)_______vinhu
uua_________________uva_______________uva
vendere____________vender_______Vendê(some o r e surge o
---------------------------------------------------circunflexo)

Paralelamente foi processada a passagem sonora B intervocálica a V.

Latim__________Português____________mineiro
Caballu(m)_____cavalo_______________cavalu
probare________provar_____Prová (some o r e surge o agudo)

A consoante J advém do i latino em função da semivogal:

Latim____________Português_______Mineiro
Iugu(m)__________jogo____________jogu
Iulius____________Júlio____________Juliu
iam______________já_______________já

Nenhum comentário:

Postar um comentário