sábado, 20 de novembro de 2010

Conclusão

Dentre os dialetos existentes em nosso país, o que mais sofre preconceito linguistico é o DIALETO MINEIRO, pois não se escuta comentários jocosos nem piadas em relação aos demais.  Nunca se ouviu piadas com relação ao "arri égua", na pronuncia do nortista, "voti " falado pelo nordestino, "poirta" dito pelo ´paulista, nem o "tchê" do gaúcho, mas  do mineirês sim, sempre se escuta que o mineiro," comprou o trem" e nunca o perde, que "Uai ", é uai sô, que o mineiro não vive sem queijo,  que ele gosta tanto de pãodjiqueij, que chega a comer as letras , imaginando nelas o sabor do pão de queijo, e que de tanto comê-las, passa male, male e é levado para o hospitale no carro do coronele do tidiguerra, que fica na Prazda Liberdade.
Se considerarmos tudo que fora exposto nessa obra, desde a influencia linguística do latim, da Espanha, da Inglaterra, da África até chegarmos às herança linguisticas indígenas, percebemos que tudo que o mineiro usa na sua linguagem tem explicação etimológica, como no caso de "home e trem" e que a expressão "uai", está, às vezes empregada, não somente como interjeição, mas  como o"porquê, pronunciados  pelos ingleses". Que uma das transformações das palavras como é o calo de "male e malu" não os deixa cometer erros na hora de escrever com o significado correto os vocábulos mal e mau.
Com disposto nas  páginas  do Vocabulário Pury, ressalta-se que, quando surgiram os bandeirantes a procura de minério, os índios que os acompanhavam, eram falantes  da língua tupi, porém os que habitavam a região central e sudeste, falavam línguas diferentes que mais tarde fora classificada como pertencentes ao grande tronco Macro-Jê.
Ressalta-se também, que em conformidade com  a gramática escrita por Pe.Anchieta, sobre a língua Tupi, que hoje é considerado tupi antigo, não se encontra o uso  sistematicamente do apóstrofo , nem tão pouco , palavras  escritas  utilizando o fonema "DJ", logo, quando o matogrossense,  utiliza em sua pronuncia, como ocorre  nas palavras  "larandja e cadju" pode-se considerar, este fato linguístico como comprovação do que consta  no  livro  de " História Global," que a língua indígena  falada não pertencia  ao tronco Tupi, pois  esta marca  linguística é típica  do tronco Macro-Jê, não se pode desprezar o fato que   as  trilhas percorridas pelos bandeirantes, foram caminhos  abertos e utilizados pelos índios da região.
O dialeto goiano tem grande semelhança  com o mineires, não somente  nas falas fronteiriças, mas em todo dialeto falado  nos dois estados, isto se deve, a língua falada  nos estados centrais desde 1535.
Como está demonstrado nesta obra, vocabulário Pury, (Macro-Jê) há grande incidência  do termo "DJ e apóstrofo".
A variação do dialeto Belo Horizontino (belorizontino), se justifica, por ser a capital do estado frequentado por pessoas de todas as regiões do estado e dos  turistas de todas as regiões do país.
O mineires nas fronteiras com outros estados sofre as influencias  tais como:  na divisa Minas-Bahia é a mistura  com o baianês cuja herança linguística é o tupi, com influencia,  em sua maioria do africano ( região com grande trafico e escravos africanos) e português europeu. A essa missigenação de heranças e influencias  transforma o dialeto mineiro em uma forma diferenciadas tendendo  para o nordestino.  Na divisa com São Paulo o dialeto mineiro sofre outra alteração. É a mistura das heranças  do Tupi-Macro-Jê com a influencia do português europeu vulgar mais o africano que gerou o dialeto mineiro tendencioso ao caipira ,  falado em São Paulo e finalmente no estado do Rio de Janeiro,  cujo dialeto já é a mistura das heranças indígenas  Tupi com o Pury(Macro-Jê), com influencia do crioulo e  Grande influencia do português europeu  culto, pois a  norma culta era  falada  em toda corte, influenciando o falar do  fluminense - carioca.
As demais fronteiras, pertencem as mesmas heranças linguísticas, ou seja  ao mesmo Tronco Macro-Jê, a a variação das influencias do crioulo e português europeu vulgar, tendendo sempre a se misturar ao outro dialeto sem perder a essência  do mineirês.  Como a diferença regional do falar mineiro é muito forte, mesmo nas  mistura  com o baiano, paulista e fluminense-carioca ele não perde sua característicF.
Quanto aos Gerúndios, em que a terminação "do" é trocada  para  "no" não se pode dizer que que tal peculiaridade é  do falar mineiro, tendo em vista  essa troca ocorrer em todos os estados  do nosso país.
O dialeto mineiro,  contribui grandemente para com a língua portuguesa, não se trata de uma babel linguística e sim a mescla dialetal e de idiomas que construíram a nossa língua desde o latim  até as nossas heranças linguísticas como demonstrado no desenrolar das pesquisas e considerações anteriores.
 Diante  das justificativas apresentadas, não se deve aceitar qualquer preconceito linguístico  ao falar acanhado e simples  divergindo não somente  os fonemas, mas o sotaque  do povo mineiro.
Acredita-se, que esta simplicidade é também herança indígena, que os levam a falar de forma autêntica e na maioria das vezes no diminutivo.