quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um pouco de história da língua nativa Tupi (antigo)

Os nativos, apelidados de indio pelos portugueses, que habitavam o Brasil  em 1500, eram de diversas etnias, porém em sua maioria falavam a lingua Tupi antigo, hoje considerada lingua morta.

Os jesuitas, aqui chegaram em 1549, com Tomé de Souza e sua influencia no Brasil colonia foi muito grande. Foram os jesuitas quem fundou as primeiras instituições de ensino no país, organizaram o trabalho dos índios(reunindo-os em aldeamento), divulgaram a fé  e ampliou o poder da igreja católica.

Os índios tinham uma vida tribal, e em conformidade com a visão de que eles viviam em estado de selvageria, os europeus buscaram substituí-los pela civilização e com isto  adaptá-los  ao trabalho, à cultura e a religião ocidental que substituíam as antigas tribos para uma vida comunitária no entendimento dos europeus, já que  os nativos (índios) tinham vida comunitária na sua  cultura. Essa educação ocidental não deixou de ser, também glotocida, com a prática  do extermínio de uma língua, pois só no nosso território desapareceram entre 150(cento e cinquenta)  a 350(trezentas e cinquenta) línguas indígenas.

As autoridades queriam que em toda atividade fosse usado somente o latim(hoje língua morta),inclusivel nos eventos litúrgicos ( que a menos de cinquenta anos atrás ainda era utilizado nas missas) com o objetivo de perpetuar a língua. Como havia grande dificuldade  na comunicação entre indios e lusitanos, fora autorizado pela corroa  a utilização da língua Tupi para a catequese dos nativos.
Como se pode observar nas colocações do Padre Anchieta, em sua obra "A Arte da gramática da língua mais usada  na costa do Brasil", duas palavras se juntavam para formar frase, como se pode demonstrar.

Deve-se observar, que na língua Tupi há abundancia na acentuação, com o uso do acento grave, agudo e circunflexo na mesma palavra.

Nomes com a preposição "pé "(que quer dizer in) em palavras que tem acento  na penultima sílaba perdem a última vogal, como: "ôca" que significa casa, e se transforma em "ócipé" que quer dizer casa, em tupi, sendo o "I "com a pronuncia áspera.

Nas palavras começadas com "B" acrescenta-se "m" antes do "B", assim como, no meio da fala  se usa essa letra sempre precedido de "m". Exemplo : timára, timába, timbára,, timbaba.

Em nomes compostos retira-se a ultima vogal do primeiro.Exemplo:  mbauúma = barro; oca = casa . Assim, quando se quer dizer "casa de barro", o exemplo anterior se transforma em "mbaúúmóca, mbauúbóca".

Pode-se observar quem em 1565, já existia o preconceito linguistico, dos portugueses em relação ao nosso idioma .
  
 É bem verdade que os jesuitas  somente conheceram o TUPI e por isso,  suas adaptações  ao portugues  europeu somente ocorreu com essa língua, o que não ocorreu com o Tronco Macro-Jê. As etnias do tronco "JÊ", não fazia parte da  área dos colonizadores e catequizadores, somente  mais tarde, os nativos que falavam a lingua Tupi, apresentaram aos jesuitas as etnias que falavam o JÊ.






terça-feira, 29 de junho de 2010

Perda dos fonemas finais e influencia do Latim e herança da língua Tupi antigo

Os nomes latinos sofriam um tipo de flexão - inexistente em português, exceto no sistema pronominal - (declinação). A declinação  consiste na variação de uma palavra para expressar sua função sintática na frase. As diversas formas de cada nome, chamado casos - as palavras portuguesas decorrem do acusativo latino que é a forma de se expressar, entre outros , a função do objeto direto no enunciado.
O acusativo latino, normalmente fazia o singular em m e o plural em s.
Na língua Portuguesa desapareceu a letra m do singular e manteve o s para o plural.
Ex:
Latim                                                                     
                                                                     
templum                                               
rosam                                                          
amorem
                                                
Português
singular/plural

templo/templos
rosa/ rosas
amar/amores

Mineiro
singular/plural

templu/templus
rosa/rosas
amori/amoris




Não foi somente do latim que a nossa língua se formou, principalmente, pois há 1500 a.C(mil e quinhentos anos antes de Cristo), já se falava  a língua Tupi, o , e o Guarani em nosso país, e como tal, essas línguas nativa nos transmitiu varias  coisas, entre elas o uso do til, o acréscimo de partículas , principalmente nos futuros do indicativo, optativo, nos pretéritos imperfeitos do conjuntivo, razão pela qual, surgiu a diferença  na pronúncia nas diversas partes do Brasil, desde os pitiguantes da Paraíba  até os tamoios no Rio de Janeiro pronunciam os verbos que terminam em  consoantes.

Ex: apâb, acém,  apém e asur.

Tanto os tamoios como os tupis tocavam o "I " com grande delicadeza, e nas consoantes "C e G" a pronuncia  era da mesma forma : aimeeng, aimeénginé. Nas palavras  terminadas em "T", como  em acepiàt, aipotâr, na formação dos compostos cai a ultima consoante  do primeiro verbo e as duas primeiras do segundo verbo, assim como,  a  mudança do acento grave  para o circunflexo na primeira palavra, e na segunda permanece o acento.


Ex:  verbos  acepiàt e aipotâr se transforma  numa só palavra acepiâpotar.




domingo, 27 de junho de 2010

Influencia linquistica

Um pouco mais tarde,derivou também, dos grupos escritos com GE e GI, que no latim se pronunciava  como nas portuguesas guerra e guitarra.

Latim :                         gentem  pronuncia guentem,  spongia   pronuncia  sponguia .
Na língua Portuguesa:  gente  e esponja.
No falar do mineiro:     genti,  isponja.

Em posição intervocálica, os grupos GE e GI simplesmente deixam de ser pronunciados.
Latim:                           Regina pronuncia  Regina, frigidum .
Na língua portuguesa :   Regina e frio.
No falar mineiro :          Regina e  friiu.

A consoante X  advém  da evolução dos grafos pl,pc e fl, nestes casos não houve  alterações nas letras em questão, permanecem  na mesma forma  evolutiva:
Latim :                          planu;clamare; clavem   e flama
Na língua Portuguesa:   chão; clamar; chave; chama.
No falar mineiro:          chão; clamá; chavi; chama.

Além dos grupos que vinham direto do latim, outros se formaram pela queda da vogal átona  situada após a sílaba tônica do vocábulo,transformando-se no dígrafo lh:
Latim :                         oculum  ( oc'lu) ; speculum     (spec'lu ) ;        
Na língua Portuguesa:  olho e espelho.
No falar mineiro:         oliiu e ispeliiu.

Finalmente  as consoantes LH  e NH, decorrem os grupos com  as vogais I e E, com L e N, respectivamente.
Latim  :                         filium; seniorem e teneo;               
Na língua portuguesa :   filho; senhor; tenho.
No falar mineiro:           filiiu ;   sinhô e tenhu.                                

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Influencia linguistica do Latim no dialeto mineiro

Do latim





É comum entre os mineiros mais velhos encontrarmos certas pronuncias estranha com palavras terminadas em L, tais como: "male, coronele. hospitale, horribilis, hostilis”.

No português brasileiro encontramos duas grafias diferentes para as palavras “mal e mau” ambas oriundas do latim e grafadas de formas diversas. A palavra ”mal” no latim era escrito “male” e “mau” era ”malum”. Na transposição para a nossa língua na palavra “male” foi suprimido o “e” permanecendo o monossílabo mal; já no caso de “malum” foram suprimidas duas consoantes o “L e o M” transformando “malum” em “mau”. O mesmo ocorreu com “coronel “e “hospital” com a supressão da vogal “e”. Com relação a palavra “horribilis” houve uma transposição do sufixo “ bilis” em “vel” transformando a grafia em “horrível”, e finalmente ‘’hostilis” ocorreu somente a queda das duas ultimas sílabas transformando sua grafia em “hostil”. Nesses casos não podemos considerar como peculiaridade da fala mineira, tendo em vista, tais pronuncias serem encontradas de norte a sul e de leste a oeste brasileiro.

Temos também o vocábulo “trem” oriundo do latim “trabere”, verbo que significa “tirar ou puxar alguma coisa, arrastar”.Bluteau, em seu dicionário de língua portuguesa de 1712. Segundo o dicionário da língua portuguesa de autoria de FRANCISCO DA SILVEIRA BUENO “é o conjunto de objetos que constituem a bagagem de um viajante; comitiva; mobília de uma casa; conjunto de objetos próprios para certos serviços; carruagem; comboio de via férrea, bateria de cozinha. Fig. Pessoa reles, de maus costumes”.

De acordo com Vânia Ramos, a investigação do uso da palavra chegou no século XVII, em um sermão, do Padre Antonio Vieira, usando a construção “trem do príncipe” se referindo ao “grupamento de pessoas que, munidas de mantimentos bagagens e outros, acompanham pessoas em jornadas geralmente longas“ retirado do Texto “Por que o mineiro fala trem ” do site “Quem sabe, da UFMG”, A linguista acrescenta que o uso da palavra na acepção de “comboio ferroviário” também é uma derivação. “Que o uso do item “trem” no dialeto mineiro, hoje se referindo a um conjunto de objetos, documenta parte de uma história de mais de trezentos anos” diz Vânia Ramos.

O uso do verbete “Trem” na comunicação dos mineiros é de vasta extensão, pois nesse dialeto o trem é usado em qualquer situação, no alimento, na vestimenta, no transporte, no ouvir, no olhar e tudo o mais.

Diz o mineiro:

Vou comer um trem;

Vou vestir um trem;

Vou olhar um trem;

Que trem é esse? É carne de vaca assada, uai!


É bom lembrar que a bem pouco tempo as missas eram celebradas em Latim.

P.q. o mineiro fala TREM para tudo?

O mineiro não inventa. Não tem culpa se a língua portuguesa tem origem no latim.

Conceitos de linguagem





O conjunto de obras literárias de uma biblioteca, nem tão pouco o acervo das palavras, não constitui a língua. É bem verdade que o oposto ser-nome, como fenômeno representativo deve ser à base de reunião significativa. É o material da veiculação das idéias, ou seja, é o instrumento da comunicação.

A iniciativa do comunicar é decisão, vontade, é o propósito de participação, mas isto não é tudo, é imperioso que se ponha o motor já ligado pela decisão, em funcionamento. Assim a potencial iniciativa faz acionar os valores que perfazem a dimensão da mensagem.

Segundo Walter Vergna, em sua obra Comunicação Nobre, a linguagem nunca resultaria de nome de coisas justapostas, nunca seria uma soma de palavras representativas de idéias ocasionalmente juntas. A língua é um sistema: um conjunto organizado que despotencializa o que se quer dizer para atualizar o que realmente se diz. Pelas palavras que têm individualidade significativa, mas só tem vida quando circulam no corpo da comunicação, o homem se exterioriza ou se desinterioriza na penetração social que lhe define a natureza gregária.

O fazer-se entender realizado pela linguagem como causa instrumental e ministerial ao mesmo tempo, ocorre em dois pontos: o mundo interior do comunicante, compacto na ordem espacial, mas imensurável em densidade vivencial, e o mundo que recebe a comunicação, onde o comunicante, esta como parte vital.

Quando falamos de linguagem podemos dizer que o homem recebe sua herança linguística dos seus ancestrais (língua materna) e a repassa aos seus descendentes chamados família, e estas formam vilas, cidades e o conjunto delas uma comunidade linguística com características próprias e mesmo que este indivíduo se desloque para outra comunidade linguística ele não perde a sua herança, mas agrega a ela outra linguagem. Daí é que dizemos que o “homem é produto do meio”, ou seja, produto do meio linguístico em que vive

A linguagem é uma das ferramentas mais importantes que a humanidade conheceu; primeiro a oral, depois a escrita e hoje há varias formas de nos comunicarmos, porém a que está em pauta é a linguagem oral e a escrita que nos fora passado pelos romanos. Esses povos, falavam o Latim Imperial desde o século I ao IV d.C. Segundo pesquisas na internet, e sua fala era praticada juntando as palavras. Com o aparecimento da grafia esta era praticada da mesma forma que falavam, ou seja, juntando as palavras escritas.

Com o passar do tempo foram transformando a escrita separando as palavras grafadas umas das outras até chegarmos ao que hoje conhecemos.

As mudanças linguísticas ocorrem a todo tempo, pois se tratam línguas vivas e desde o século VIII do galego-português pré- literário até 1500, época do português antigo e culto utilizado pela burguesia portuguesa e o português vulgar falado pelos degredados, trazidos como punição para o Brasil, esses dois extremos do idioma, gerou transformações linguísticas considerável.

A nossa linguagem antes da chegada dos colonizadores era o tupi (hoje considerada língua morta) em razão da utilização dela ser pela maioria, com inúmeros dialetos, e várias etnias que para haver entendimento entre os nativos foi criada a língua com base indígena, que englobava todas as demais etnias, tais como o guarani, maxacali, puri, e outras. O guarani estava mais próximo do tupi enquanto que o maxacali e puri que pertencem a outro tronco linguístico chamado Macro-Jê se distancia e muito do hoje conhecido tupi- guarani.

Posterior ao descobrimento, com a introdução da escravatura, nossa linguagem sofreu nova alteração com a inclusão do falar crioulo com a composição mais forte do bantu e ioruba.

Na condensação da língua tupi, guarani e macro-jê somada ao falar crioulo e o português europeu, resultou o português brasileiro, com vários dialetos e sotaques, dando outra roupagem a nossa língua tornando-a uma linguagem impar.





Língua Portuguesa - origem





Segundo Roberto Melo Mesquita, o surgimento da língua portuguesa está ligado ao processo de formação da Nação Portuguesa no Lácio, atual região central da Itália, onde vivia um povo que falava latim. Posteriormente nessa região foi fundada a cidade de Roma. Esse povo foi se expandindo formando o Império Romano. A cada conquista impunham aos vencidos seus hábitos, suas instituições, os padrões de vida e língua (MESQUITA, 1999, p. 45).

Na zona atlântica da Península Ibérica, a língua românica se desenvolve correspondente à província romana da Lusitânia (atual Portugal e região espanhola da Galícia), a partir do século III a. Com o castelhano e o catalão é uma das três grandes línguas românicas da Península. Tem sua origem no latim, que faz parte, por sua vez, a uma grande família de línguas indo-europeia, representadas hoje em todos os continentes (MESQUITA, 1999, p.49).

Pode-se afirmar que a língua portuguesa é originária do latim vulgar, que os romanos introduziram em Lusitânia, localizada a norte da Península Ibérica , a partir 218 a.C., até o século IX quando surge os primeiros documentos latino português, falava-se o romance estágio intermediário entre o latim vulgar e as modernas línguas como o português, o espanhol e o francês. Essa fase é considerada a pré-história da língua. Do século IX ao XII, chamado de proto-história já se encontravam registros de alguns termos portugueses em escritos por tabeliães e notários em latim bárbaro, mas o português era basicamente a língua falada.

A época da fase histórica da língua divide-se em duas fases: a arcaica (do século XII ao XVI) e a moderna (século XVI até os dias de hoje).





História das transformações da Língua Portuguesa





A linguagem é uma das ferramentas mais importantes que a humanidade conheceu; primeiro a oral, depois a escrita e hoje há varias formas de nos comunicarmos, porém a que está em pauta é a linguagem oral e a escritas que nos fora passado pelos romanos. Esses povos, falavam o Latim Imperial desde o século I ao IV d.C. Segundo pesquisas na internet, e sua fala era praticada juntando as palavras. Com o aparecimento da grafia esta era praticada da mesma forma que falavam, ou seja, juntando as palavras escritas.

Com o passar do tempo foram transformando a escrita separando as palavras grafadas umas das outras até chegarmos ao que hoje conhecemos.

As mudanças linguísticas ocorrem a todo tempo, pois se tratam de línguas vivas e desde o século VIII do galego-português pré- literário até 1500, época do português antigo e culto utilizado pela burguesia portuguesa e o português vulgar falado pelos degredados trazidos como punição para o Brasil. Esses dois extremos do idioma geraram as transformações linguísticas.

Após o descobrimento do Brasil os portugueses depararam com a nossa língua nativa e os mais de 1000 dialetos, e a chamaram língua TUPI, porém no nosso país havia os guaranis, tupis e jês sendo este ultimo considerados pelos tupis (inimigos dos jês) como tapuias que quer dizer bárbaros, língua travada, em razão da diferença linguística existente entre eles, segundo Pe. José de Anchieta. Posteriormente fora descoberto que nossos nativos que foram chamados de índios falavam línguas pertencentes a dois grandes troncos linguísticos o Tupi e o Macro-jê.

Para o entendimentos desses mais de 1000 dialetos, os índios criaram a língua geral com base indígena que servia para o entendimento das diversas linguagens. Com a chegada dos colonizadores, estes tiveram que aprendê-la, para que houvesse entendimento da linguagem e pudessem se comunicar, no corte do pau-brasil (quando se deu o inicio dos ciclos econômicos no Brasil) e na catequização dos nativos.

O governo português não estava disposto a investir recursos financeiros na colonização do Brasil e decidiu de inicio transferir essa tarefa para a iniciativa privada. Em 1534 foi instituído o sistema de capitanias ou donatários que era passado, com a morte do titular, a seus herdeiros, e por meio da guerra justa, escravizar os indígenas considerados inimigos do rei, obrigando-os a trabalhar na extração do pau Brasil e na lavoura, para isto, atraiam os nativos com presentes. Em contra partida o governo português exigia dos donatários: o envio de 30 (trinta) índios escravizados a cada ano para Portugal, o pagamento de 5%(cinco por cento ) do lucro sobre a venda do pau-brasil , 10%(dez por cento) da agricultura e um quinto da extração de minerais,sendo que as despesas corriam por conta dos donatários. Diante disto, como havia necessidade da mão de obra, os donatários, que se deparavam com a hostilidade indígena, contrataram índios para a captura de outros índios com o objetivo de escravizá-los. O que durou até o inicio do ciclo da cana de açúcar. A população indígena, segundo alguns autores, era em torno de 5 (cinco) milhões, porém, com as guerras, doenças, e com a introdução na sociedade de índios civilizados houve uma grande redução dessa população.

No século XVII, pensando os colonos em reduzir os custos com a colonização, foi dado inicio ao trafico de africanos que eram capturados e vendidos no Brasil como escravos.

Diante disto, nova confusão na linguagem e consequentemente na comunicação, pois não se entendiam nem os africanos, pois a captura se dava em diversos pontos da áfrica, com línguas do banto e do ioruba, nem estes com os índios e portugueses.

Os africanos, para delimitar território e para uma comunicação secreta criam a língua geral com base africana.

A partir daí, dessa miscigenação linguística, mesmo com o Decreto de Pombal em 1758 oficializando a língua portuguesa como a oficial na nossa terra, nossa língua foi tomando personalidade própria tomando para si sotaque, palavras e dialetos tipicamente brasileiro, transformando a língua portuguesa européia, numa língua portuguesa brasileira.

De todas as transformações linguísticas que passou o português, do período latino ao clássico, lançando mão de alguns conceitos gramaticais, que aparecerão, serão explicadas sucintamente.

Na transposição do latim para o português (todas as outras línguas românicas), percebemos uma serie de alterações na sonorização e na grafia das palavras.

Ex: semper – sempre; pouper – pobre; populum- povo. São as transformações dos sons da língua- fonológicas- denominadas fonemas. Algumas são antigas já observadas no latim vulgar no período Imperial ou no galego português medieval.

Transformações gramaticais tanto no modo como as palavras se flexionam (morfologia) como nas suas combinações nos períodos, orações e frases (sintaxe) do idioma.

A declinação é uma forma de flexão, quando as palavras sofrem alterações de forma, para expressar sua função sintática.

Ex: Maria fez pão dji queij.

Pão dji queij foi feito por Maria.

Os acréscimos, as supressões e transformações de sons, chamados metaplasmos ocorre com frequência, no dialeto mineiro.

Transformação morfológica a flexão latina difere da portuguesa que podemos tomar como exemplo o gênero que no latim são três masculino, feminino e neutro (animal, mar, café obra ), ao passo que no português são dois, masculino e feminino e os neutros são classificados como masculinos, no caso dos substantivos já que os adjetivos, admitem três formas.

Os pronomes em especial os demonstrativos uma forma de neutro. Ex: este, esse e aquele flexionam para os três gêneros, além do feminino essa, esta e aquela, preservam as formas do antigo neutro isso, isto e aquilo.

PORTUGUÊS______________LATIM_____________MINEIRO(minero)
Que esta______Questa - português arcaico___________questa

Ex: Sei questa cara não é sua, pois tem qui ter cara de minero.



Nas conjugações dos verbos houve alteração, pois se tornou mais analítico. No latim os tempos verbais simples que eram expressos por uma única palavra passaram a locuções com dois verbos nas línguas neolatinas.

Não mais se preservam as formas simples da conjugação passiva. Muitos verbos podem empregar-se na voz ativa quando o sujeito é o agente da idéia verbal – eu amo, ou na voz passiva quando o sujeito é o paciente – eu sou amado- com dois verbos o principal e o auxiliar.





O alfabeto





Na representação ortográfica dos fonemas é a falta de motivação etimológica no alfabeto latino, em que o sistema de grafia moderno como o adotado para o português, francês ou inglês. O “h” se justifica na palavra homem não pelo registro do fonema, mas se justifica pela origem da palavra, por ser derivada de homo substantivo latino.

PORTUGUÊS__________________LATIM________________MINEIRO
HOMEM______________________HOMO_________________HOME

Ex: Esse home tem cara de brabo!



O fonema “s”é sempre representado pela letra S; a letra C tem o mesmo valor do substantivo cabeça, cobertor.

Português___________Latim________Mineiro
Sete de setembro_______-__________Sessetembro *1
Caixa de isopor_________-__________caisopô

Ao final do século XIX inicio do XX, tentaram simplificar o sistema ortográfico português. Com o tempo a proposta era eliminar as consoantes dobradas. Ex bello, o uso de y, ph th,ch(com valor de K) para determinar a origem grega.

Ex: philosofia, theatro e christão. Assim como o emprego de letras não pronunciadas, como SC inicial, reduzindo a c. Ex sciencia.





Das vogais





No latim, um dos traços fonológicos que ressalta,contrastando com o português, é a quantidade de vogais ao lado da sua intensidade. No português, há um acento vocálico de intensidade, pois elas podem ser tônicas ou átonas, ao passe que no latim ó mais importante não é a intensidade e sim a quantidade de vogais.

Exemplo:

Português________Latim_________mineiro
povo____________põpulus_______povu
história__________hisõria________história

No latim vulgar some o traço fonológico da quantidade e a pronuncia tendenciosa era vogal aberta para as breves e fechadas para as longas.

Português________Latim_________mineiro
a,ê,é,i,ô,ó,u________-___________é vira i
______-___________-___________ó vira u
______-___________-___________como ultima vogal das palavras.

Ex : Estava de (di) sapato (tu).



Segundo Lino Resende Resende “As vogais tem transformações bem específicas: o a não se modifica, nem o é ou o, mas o i se transforma em e: recipere> receber; e u se transforma em o: conceptus>conceito.”

As mudanças semânticas no tocante as vogais, no dialeto mineiro elas ocorrem no final das palavras, com exceção do a; é inverso do que ocorre no latim com relação as vogais, pois nas pronuncias no falar mineiro o e se modifica para i, e o o se transforma em u.

Ex: cavalum - cavalo – cavalu

Como se pode observar o vocábulo cavalum no mineirês perde somente o m.

Das consoantes





Consoantes surdas e sonoras

Há consoantes idênticas em tudo, exceto pelo traço da sonorização. Ex:

Português___________Latim_______Mineiro
Surdas p,f, t,s,x, k_____-__________P,t,k
sonoras B,v,d,z,j, g____b,,d,________s

P - bilabial,oclusiva,oral e surda.

b- bilabial,oclusiva,oral e sonora



*1-Esta fala ocorre com mineiros cultos, falam dessa formas, mas escrevem a linguagem culta.



Ocorreu sonorização sobre consoantes intervocálicas, aquela que se encontram entre duas vogais que nestas situações consoantes surdas no latim tornaram-se sonoras no português. Ex:

Latim__________Português - passagem______mineiro
coPu (t)________cabo de p para b___________cabu
AmaTum_______amaDo de t para d_________amadu
roSa- pron. s____roSa pron. Z de s para z_____rosa

No português surgiram novas consoantes inexistentes no latim, tais como “v, z, lh, nh, x e j ”.

A consoante Z é consequência da sonorização do S entre duas vogais.

Latim________________________________Português
Haesitare(letra s com pronuncia s)_________Hesitar(pronuncia z)

Já a consoante V se deu basicamente por duas vias. Quando funciona como semivogal (na sílaba associa-se a uma vogal e não a uma consoante), o fonema U evoluiu para V.

Latim_____________Português____________mineiro
uinu ( m)_____Antes vino(hoje vinho)_______vinhu
uua_________________uva_______________uva
vendere____________vender_______Vendê(some o r e surge o
---------------------------------------------------circunflexo)

Paralelamente foi processada a passagem sonora B intervocálica a V.

Latim__________Português____________mineiro
Caballu(m)_____cavalo_______________cavalu
probare________provar_____Prová (some o r e surge o agudo)

A consoante J advém do i latino em função da semivogal:

Latim____________Português_______Mineiro
Iugu(m)__________jogo____________jogu
Iulius____________Júlio____________Juliu
iam______________já_______________já

domingo, 13 de junho de 2010

poesia título só nos dois

Só nós dois,
Eu vivendo por ti e tu vivendo por mim.
Nós que vivemos juntinho,
Que vivemos no mesmo ninho,
E talvez longe como ninguém.
autora: Milca

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O UAI, falado pelo mineiro tem origem no Why da Inglaterra.

Voce conhece a origem do UAI falado pelos mineiros? Continue acessando o Blogger que você terá uma aula de história.


O mineiro não inventa, tudo que é linguisticamente criticado e motivo de comentários jocosos, são justificáveis tanto dentro da herança linguistica como nas influencias ocorridas dentro da língua portuguesa.


observe!

Do inglês


Na época da revolução industrial, os ingleses patentiaram a invenção da locomotiva. Nosso governo adquiriu esse meio de transporte e os contratou para a construção da via férrea Minas –Vitória para o escoamento da produção de minério, principalmente, no porto de Vitória. Com a chegada dos britânicos, ainda na segunda metade do século XVII, em 1765. Os mineiros no convívio diário com os ingleses e ouvindo-os falar “why” que significa em português “por quê” começaram a utilizar o termo aportuguesando-o para “uai” utilizado como interjeição, afirmação, negação e em começo, meio e final da frase, até os dias de hoje. Isto ocorre a quase 250 anos
Exemplo: Uai sô, você me ama ?
Claro que eu te amo, uai!
Estou cansado dessa ladainha uai!
Você viu que o toinho não arreda pé lá de casa? Vi,uai e vi também ele te espiando, daquela currutela , uai..
Uai sô, você não lavou o consolo.
Uai sô, as trempis estão todas sujas.
Nosso povo também transformou nossas palavras, hoje em desuso, em estrangeirismo como “convescote e bola no pé” foram transformada em piquenique (no inglês picnic e fut bol ) e futebol respectivamente.
Diante disto não nos surpreende a transformação de “why” , britânico em “uai.” Interjeição, afirmação e negação no dialeto mineiro.
Criei este blogger com o objetivo de divulgar as pesquisas  sobre o dialeto mineiro. Não gosto quando  escuto  comentários jocosos sobre a forma  de falar do mineiro, afinal, mesmo não tendo sido criada em Minas Gerais e pouco ter ido ao meu estado, sou mineira e falo como nineira  com todas as supressões, somente  não tenho hábito de falar trem e uai. Vou  informar a todos que visitarem  este blogger p.q o mineiro fala TREM e de onde ele tirou o UAI e muito mais.  Me aguarde!

Gostaria  que  todos que visiarem  este  faça seus comentarios, sobre cada  assunto.